Num vilarejo, os irmãos de fé se reuniam semanalmente para seus cultos e o pastor, sempre pregava o mesmo sermão. Ninguém se atrevia a questioná-lo mesmo cansados de sempre ouvir a mesma coisa. Até que um dia, não agüentando mais, pediram ao ancião, que falasse com o pastor e perguntasse se não havia outro sermão. Meio sestroso, mas também cansado da mesma ladainha, foi ter com o pastor. Dando aquela roncadinha na garganta disse: pastor, a congregação pediu pra eu lhe perguntar se o senhor não tem outro sermão? Gentil em suas palavras o pastor respondeu: Ahh! Claro que sim, tenho inúmeros outros que eu desejo ansiosamente pregar. Mas enquanto não aprenderem e porem em prática este, eu não vou mudar.
Esta historinha me coloca num patamar semelhante, pois desejo explorar outros temas de natureza diversa. Já o fiz em minha coluna, mas, vira e mexe e preciso voltar a bater na mesma tecla. Agradeço o fato de estar sendo lido e elogiado e saber também, que tente um punhadinho de “gente” um tanto quanto incomodados com o que escrevo. Problema deles! E o meu mesmo “sermão” por vezes, é para eles; que insistem em fazer as coisas erradas e ignorar o que eu e você pensamos e queremos. E, também; para aqueles que insistem em se manter na ignorância vendo o caos tomar conta e não se posicionar. Pior; ficar sempre a boca miúda reclamando, levando informações distorcidas ou mesmo fofoquinhas e intrigas que não levarão a lugar nenhum, algumas delas, plantadas pelos próprios que estão no “poder”, para gerar incertezas e discórdia entre o povo.
Ainda vivemos, mesmo depois da ditadura, uma situação de governos paternalistas. Bons e maus “pais” adentram nossas vidas e ainda assim não crescemos para dizer ao “pai”, (governos), que chega deste discurso, de mentiras e engodos, de castigos aos “filhos ‘desobedientes’”, (o povo que não os aprova) e da rejeição aqueles que eles entendem como “filhos bastardos”, (via de regra, bons funcionários públicos que não se dobram aos seus ditames escusos e malévolos).
Nossa democracia, ainda é permeada pelo coronelismo, oligarquias e reacionários, que ao tomar o “poder”, entendem que podem fazer qualquer coisa sem dar satisfação a ninguém. Mesmo sendo pagos com a minha e a sua grana. É lamentável, mas estamos vivendo um processo letárgico e de alienação, inclusive a alienação proposital, posto que, muitos já cansados de badalar o mesmo sino e não escutar sequer, o eco deste, prefere viver na alienação, a se “incomodar”. Ledo engano! Pois é isto que alguns “governantes” querem: o escravismo, a ignorância e “calar” a boca nos que não se curvam a eles. Muitos se rendem, muito mais pelo favorecimento ilícito, pela boquinha, dentre outros atos abomináveis. E se ainda existem “governantes” desta estirpe, é porque tem um povo que pactua com tudo isto. Grita-se aos quatro ventos que nossos políticos são corruptos, ladrões e etc. Mas quem é que contribui para isto? O povo, o povo! O povo que se vende por cesta básica, brita, uns sacos de cimento, promessas de emprego e empreguismo em época de eleição. E a cada quatro anos, a mesma cena se repete, mesmo que tenham tomado choque nos quatro anteriores ou, se o pai ao invés de lhe dar o peixe, ensinou-o a pescar. E aí, tem gente que não gosta. E por que isto acontece em pleno século XXI? Porque não aprendemos e não colocamos em prática o sermão que ensina que somos cidadãos, regidos por uma constituição e leis, ainda que falhas, se levadas a termo, funcionam; mais hoje, mais amanhã.
Reflita sobre este meu “sermão” e decida se vale à pena; continuar omisso, na alienação e ignorância proposital, ou se posicionar. Dizem que andorinha só, não faz verão. Mas, se eu for à andorinha só, não tem problema, de um jeito ou outro faço o verão. Curvar-me aos algozes, hipócritas, mentirosos e ladrões da boa fé... NUNCA!
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