A pobreza como principal causa da insegurança alimentar. Foi desta forma que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, iniciou sua participação na mesa redonda sobre Segurança Alimentar e Mudanças Climáticas, na tarde desta segunda-feira (15), em Roma, na Itália. O ministro está participando de reuniões e painéis promovidos pelo Comitê de Segurança Alimentar (CSA), da Organização das Nações Unidades para Alimentação e Agricultura (FAO), como chefe da delegação brasileira até desta terça-feira (16).
Na mesa redonda realizada, o ministro Pepe parabenizou o trabalho do CSA pela escolha do tema de como as mudanças climáticas afetam a segurança alimentar. Segundo o ministro, a relação entre mudanças climáticas, produção agrícola e segurança alimentar representa um grande desafio para a humanidade no século XXI. "O grande desafio é o de garantir alimentos saudáveis para uma população que seguirá crescendo nas próximas décadas, em especial nos países em desenvolvimento, nos quais parcelas expressivas encontram-se em situação de insegurança alimentar e excluídas do acesso a bens e serviços indispensáveis para uma vida digna", destacou.
O ministro lembrou dos debates realizados durante a Rio+20, em junho deste ano, para endossar a preocupação social atrelada ao desenvolvimento sustentável. "O desenvolvimento deve considerar três dimensões: a social, a ambiental e a econômica. Não há sustentabilidade nos processos de crescimento econômico sem a inclusão produtiva e social dos excluídos", alertou.
O ministro Pepe Vargas realçou que o Brasil, mesmo sendo grande produtor de alimentos, tem 61% do seu território coberto por florestas, e apontou a agricultura familiar como prioridade da política agrícola brasileira, com acesso a crédito, seguro agrícola, apoio à comercialização, Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). "Viabilizamos, ainda, o acesso à terra por meio da Política Nacional de Reforma Agrária e de programas de crédito fundiário. Além disso, a presidenta Dilma Rousseff assinou recentemente Decreto que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e implementamos o programa Agricultura de Baixo Carbono", recordou.
Ao final da sua explanação, Pepe reforçou a necessidade de se priorizar ações de adaptação à agricultura familiar no contexto das mudanças climáticas. Segundo ele, é preciso sempre respeitar os princípios e normas da Convenção Quadro sobre Mudança do Clima, implementadas de forma conjugada, com o objetivo de garantir a segurança alimentar e nutricional, no quadro do Direito Humano à Alimentação Adequada. "Reafirmamos o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, consagrado pela Convenção Quadro sobre Mudança do Clima. Tal princípio deve ser claro e explicitamente incorporado no texto da minuta, para não deixar dúvidas quanto aos diferentes níveis de responsabilidade dos países desenvolvidos e dos em desenvolvimento", concluiu.
Fonte: Ministéro do Desenvolvimento Agrário - Governo Federal do Brasil
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