Agora no outubro rosa, seremos marcados por um outubro negro da impunidade no sistema financeiro brasileiro, já que se completam 20 anos da intervenção do Banco Central do Brasil no Banco Econômico, de propriedade do banqueiro baiano Ângelo Calmon de Sá.
O outubro negro deve ser comemorado como um marco a impunidade, a prevaricação, a morosidade judicial e como o grande exemplo de prejuízos ao pequeno poupador, ao pequeno correntista e ao pequeno investidor.
Os prejuízos desses pequenos, hoje, são de 16 bilhões de reais.
Os prejuízos do banqueiro Ângelo Calmon de Sá é zero. Continua com sua mansão em Salvador, com seus prédios comerciais, com seus veículos de luxo e com o mesmo padrão de vida de um milionário.
Os pequenos clientes que amarguraram o prejuízo de 16 bilhões, muitos faliram, outros morreram, outros tantos ainda exercem a virtude da paciência transfigurada em sombras da ilusão.
A influência do banqueiro milionário impingiu inércia a policiais e juízes nesses 20 anos. Têmis, a divindade grega da justiça, para Calmon de Sá nem sempre se apresentou de olhos vendados e com a balança na mão direita. Nesses 20 anos, Têmis lançou cândidos olhares de favores na direção de Calmon de Sá, entorpecendo seus discípulos de toga, conduzindo-os a reflexões ad aeternum até ancorar na injusta prescrição.
Essa mesma deusa Têmis, para as milhares de vítimas espoliadas por Calmon de Sá, não conseguiu incutir nos seus discípulos de toga os ideários da verdade, da equidade e da humanidade, restando as incautas vítimas somente as lamentações.
Afinal, por que o milionário banqueiro Ângelo Calmon de Sá, em 20 anos não foi julgado?, Por que não teve seus bens tornados indisponíveis? Por que não foram assegurados bens do banqueiro milionário para garantir as indenizações? Afinal qual é a responsabilidade da toga nesse escândalo?
Com a palavra Têmis, a divindade grega da justiça, e, ou seus discípulos de toga.
Milton Pinheiro. Advogado.
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