O
estremecimento da relação entre PT e PMDB no Congresso reflete e contamina a formação
de palanques estaduais que darão sustentação ao projeto de reeleição da
presidente Dilma Rousseff. Apesar da entrada do vice-presidente Michel Temer
(PMDB) e da própria petista na costura de alianças regionais para 2014,
peemedebistas resistem a se aliar ao PT em Estados estratégicos e ameaçam se
coligar com o PSB, do governador de Pernambuco Eduardo Campos, provável
candidato à Presidência.
Em Estados onde a situação azedou, o PMDB já usa a
aproximação com Campos como uma forma de emparedar o PT. O discurso em favor do
pernambucano passou a funcionar como ferramenta de pressão contra os petistas,
com um único objetivo: obter condições mais favoráveis de negociação nos
Estados.
O principal foco de insatisfação com o PT começou no
Congresso. Ficou evidente durante a aprovação da MP dos Portos na Câmara e,
depois, na apresentação do pedido de abertura da CPI da Petrobras. Deputados
reclamam da articulação política da presidente e defendem, nos bastidores, a
candidatura de Campos. "Ele será o novo presidente da República. Há um
grande desgaste com o PT", declarou um parlamentar do PMDB.
Na eleição presidencial de 2010, o PMDB também ameaçou se
rebelar. A diferença é que, agora, há uma alternativa ao PT dentro do campo
governista, com Campos, o que garante aos peemedebistas uma tentativa de
amenizar a cisão: o apoio não é para o PSDB, da oposição, mas para um partido
aliado à própria Dilma.
A presidente, que não costuma entrar diretamente na costura
política, começou a agir para apaziguar a aliança. Viajou a Estados em que a
relação não estava boa, participou de jantares com bancadas estaduais e até
interpretou o Canto Alegretense, num ato de simpatia com os peemedebistas
conflagrados do Rio Grande do Sul.
O discurso peemedebista pró-Campos está mais vitaminado em
Estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco,
Rondônia e Bahia.
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