O governo do Rio Grande do Sul assumiu na sexta-feira,
(31/05), cinco praças de pedágios de dois polos rodoviários devolvidos ao
Estado pelas concessionárias por decisão da Justiça. Uma delas, localizada na
Rodovia ERS-122, entre Farroupilha e Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, será
desativada. As outras quatro passarão a ser administradas pela Empresa Gaúcha
de Rodovias (EGR). Recém-criada, a EGR anuncia que as tarifas serão reduzidas a
índices próximos de 30%. Até quinta-feira, 6, de acordo com cada uma das seis
categorias de veículos, os motoristas pagavam de R$ 7 a R$ 26,40. A partir de
quarta-feira, 5, pagarão de R$ 5,20 a R$ 18,50.
A retomada das rodovias teve ato político liderado pelo
governador Tarso Genro (PT), que havia prometido acabar com a praça da ERS-122
durante a campanha eleitoral de 2010. A programação previa a liberação das
cancelas, mas a Convias, ex-operadora do polo de Caxias do Sul, antecipou-se e
retirou o equipamento durante a madrugada. Genro previu que os R$ 52 milhões
que a praça arrecadava por ano vão girar na economia microrregional, aumentando
o volume de operações do comércio.
Além das cinco praças instaladas em rodovias estaduais,
outras cinco, em rodovias federais, foram devolvidas a União. Quatro das dez
praças eram administradas pelos consórcios Convias, na região de Caxias do Sul,
e seis pela Univias, na região de Lajeado. O Programa Estadual de Concessão
Rodoviária foi criado no governo de Antônio Britto (PMDB), em 1998, com a
entrega dos polos à iniciativa privada por 15 anos.
A disputa judicial entre o governo do Estado atual e as
sete concessionárias não terminou. O governador do Rio Grande do Sul não
renovará nem fará novas concessões e entende que as operadoras devem devolver
as rodovias exatamente 15 anos depois de assinar os contratos, em datas que
iriam de março a junho deste ano. As empresas afirmam que a exploração dos
pedágios encerra-se ao fim de 15 anos de operações, no quarto trimestre do ano.
As concessionárias dos polos de Gramado, Carazinho,
Metropolitano, Vacaria e Santa Cruz do Sul estão autorizadas por liminares da
Justiça a manter as atividades até o fim do ano. No caso de Caxias do Sul e
Lajeado, as liminares foram derrubadas. Além de mais tempo para entregar as
praças, as empresas pedem à Justiça que mande o Estado indenizar o
desequilíbrio econômico-financeiro que teriam sofrido durante a vigência dos
contratos, estabelecidos por reajustes não autorizados e encargos adicionais
impostos ao longo dos 15 anos.
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