Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do novo mundo!
Não tenho dúvidas de que o hino nacional brasileiro, assim como a bandeira, são brasões de pura beleza, porém, ao lermos este verso do hino, podemos fazer algumas considerações e comparações com o cenário político-social do momento.
Deitado eternamente em berço esplêndido - será que foi esta a interpretação dos políticos dos partidos e que o poder econômico fizeram? Afinal, a guerra por vezes quase insana, demonstra que o poder é um espaço que proporciona todas as coisas ainda que de forma obscura para se manter (deitado eternamente em berço esplêndido).
Já no último verso da letra, vemos: Iluminado ao sol do novo mundo. O novo mundo, com certeza, tem sido os muitos atos de corrupção e que também passa pelo corruptor; o próprio povo brasileiro.
O hino poderia trazer outras interpretações, mas, penso que este verso apenas, pode dar uma noção do que a pouco mais de meio milênio de existência, as coisas se repetem, ainda que em cenários diferentes.
Que país é esse?!
Um país intercontinental, dotado de todas as riquezas, muitas delas inexistentes em outros países do mundo e mesmo assim, ainda somos colônia, só que no cenário atual, de um coronelismo ditado também, pela imprensa marrom, por sindicatos, movimentos disto e daquilo, dos quereres partidários e assim por diante.
Que país é esse?!
Que não consegue se ver como nação, que não consegue se libertar dos fetiches americanos, que não consegue se resolver e principalmente; não se aceita como nação livre e com todo o potencial de se tornar um adulto independente, preferindo no entanto, ser tratado como uma criança que come da mão do pai; o governo federal.
Que país é esse?!
Que sai as ruas para protestar, pela mídia e redes sociais, sem sequer organizar o mais importante; uma pauta de medidas e soluções para os problemas nevrálgicos de há muito no país.
Enfim, que país é esse, que tem um povo miscigenado, mas com muitas vertentes de toda a sorte e deixa nossos melhores físicos, químicos e cientistas sair do país e encontrar o apoio e recursos necessários, via de regra, nos Estados Unidos da América?
O Brasil, vive de medidas provisórias que se perpetuam, de leis estanques que não funcionam, de medidas assistencialistas para minimizar o clamor e quem sabe, o possível furor dos menos afortunados.
O Brasil que acorda cedo, que faz a roda da economia girar, que é taxado em altos percentuais de impostos, mas não vê seu esforço traduzido na íntegra em programas sociais.
O Brasil precisa se enxergar de dentro para dentro, numa holística das realidades locais e não numa visão generalizada, o que sempre acaba privilegiando uns e descontentando outros.
O cenário destas manifestações poderá ser de grande proveito se também os estados e municípios começarem a chamar para si a responsabilidade de seus atos e não apenas esperar pelas benesses do governo federal.
A solução para o Brasil, não está apenas em manifestações de massa, mas num programa de reformas que sejam viáveis e sustentáveis e invioláveis através dos tempos, não permitindo que a cada mandato onde troque o governante, os avanços sejam deixados de lado somente e tão somente pela vaidade daqueles que sobem ao poder.
O Brasil tem solução, mas a solução deve começar na mudança de comportamento; em casa, no trabalho, no bairro e na cidade.
Esta é a maior e melhor forma de se educar o povo, a partir destes princípios básicos de convivência em sociedade.
Esta é a maior e melhor forma de se educar o povo, a partir destes princípios básicos de convivência em sociedade.
Do contrário, de tempos em tempos, teremos mais manifestações e ainda assim, não teremos resolvido nossos problemas.
Luigi Matté
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