Menos de uma hora depois de aprovar o novo Plano Diretor de São Paulo, os
vereadores também deram, nesta segunda-feira, 30, o aval para que o terreno
ocupado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em Itaquera, na zona
leste de São Paulo, fosse destinado a moradia popular. Foram 41 votos
favoráveis, 3 contrários e uma abstenção.
De autoria do vereador José Police Neto (PSD), a lei foi a sexta opção
encontrada pela Casa para contemplar as exigências de Guilherme Boulos, líder do
MTST, que ameaçava promover outras ocupações caso suas solicitações não fossem
atendidas. Na última semana, ele se reuniu com diversas lideranças para
"costurar" uma saída para o impasse.
Com a notícia da aprovação do novo Plano Diretor e da lei que regulariza a
Copa do Povo, cerca de 4 mil sem-teto transformaram o acampamento montado em
frente à Câmara Municipal em um salão de festas. A comemoração teve direito a
samba, discursos das lideranças, fogos de artifício e até churrasco.
Por ordem da presidência da Câmara, um telão foi montado do lado de fora do prédio, que fica no Viaduto Jacareí (centro), para que os manifestantes pudessem acompanhar voto a voto a decisão sobre as regras que beneficiam quatro ocupações do MTST, além da Copa do Povo. Com votação nominal, foi possível saber qual a decisão de cada parlamentar. Se favorável, o grupo aplaudia. Se contrário, vaiava e fazia um apitaço.
Vitória parcial.
Ao contrário do discurso das lideranças do MTST, a aprovação da lei que regulariza a Copa do Povo representa um vitória parcial, ao menos por enquanto. Isso porque o projeto aprovado permite que a área receba um empreendimento do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, mas não assegura ao movimento a garantia de que ele será o contemplado.
Fonte: O Estadão
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