A insatisfação da população com a polícia cresceu no primeiro semestre de 2013
em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Índice de Confiança na
Justiça Brasileira (ICJBrasil), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
para integrar a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 70,1% da população não confia no
trabalho das diversas polícias no país, 8,6 pontos porcentuais acima do
registrado no primeiro semestre de 2012.
O FBSP destacou que a credibilidade das polícias está mais próxima da
apresentada pelos partidos políticos (95,1% dos brasileiros afirmam que não
confiam em legendas políticas) do que pela apresentada pelas Forças Armadas
(34,6% não confiam), o que, mostra o documento, indica a necessidade de rever a
atuação dos agentes de segurança pública.
De acordo com o fórum, as atuações das polícias desde as manifestações
iniciadas em junho são apenas um ponto que precisa ser revisto na política de
segurança adotada nos dias de hoje.
Violência
Cinco pessoas morrem em média todos os dias no país vítimas da ação policial,
de acordo com o Anuário. No ano passado, 1.890 pessoas foram mortas em episódios
envolvendo policiais em serviço. Além disso, considerando as taxas de mortes por
homicídio da população e de policiais, o risco de um policial morrer assassinado
no Brasil é três vezes maior que o de um cidadão comum.
A taxa de homicídio geral da população foi de 24,3 por 100 mil habitantes,
enquanto a de policiais mortos em serviço e fora de serviço foi de 72,1 por 100
mil policiais. "A polícia está matando muito e morrendo muito", disse o
coordenador do Anuário, Renato Sérgio de Lima. Ele afirmou que os dados são uma
evidência forte de que a forma como o Estado brasileiro atua para lidar com
crimes é "anacrônica e falida".
Lima disse que, embora o gasto do país com segurança pública tenha atingido R$ 61,1 bilhões em 2012, alta de 16% ante o ano anterior, cerca de 40% desse valor é destinado a aposentados e inativos. "O Brasil gasta muito, mas investe mal", resumiu.
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